Dezembro de 2023

 

E 2023 chega ao fim e para desfecho dispomos para dezembro a conjunção de duas cartas: pelo Tarô temos o arcano VI, O Enamorado e através da carta xamânica se apresenta Corvo, magia.

O Enamorado, simboliza a busca do equilíbrio na polaridade. São duas posições opostas e equivalentes a serem analisadas, compreendidas, que solicitam uma definição ou escolha. É preciso decidir numa situação de desafio pela sua ambiguidade, num contexto que pode ser a nível interno ou externo. Há uma pressão que se forma diante da necessidade da escolha. O importante é o resultado, fruto da busca do equilíbrio entre aspectos antagônicos. Compreender a essência do desafio é perceber-se em grau mais profundo e verdadeiro. É pela escolha que se conhece quem escolhe.

A Carta Xamânica 16, Corvo, representa a mudança de consciência, através da transformação. É a atuação do oculto, do que não vemos, daquilo que atua em campos mais sutis e inconscientes. É a magia do invisível, projetando energias curativas, através de mensagens intuitivas ou ideias esclarecedoras, encontros inesperados a somar forças ou sonhos impactantes. É a atuação daquilo que não vemos, mas que sentimos. É atuação de forças internas a indicar um Norte, para desvendar aquilo que precisa de cura e transformação.

Vivemos um ano turbulento, com desafios de diferentes naturezas e a solicitação maior foi a de nos conhecermos e vencermos nossas ilusões e nosso olhar voltado somente para nós, na maioria das vezes o coletivo e outro ficaram em segundo plano, como se resolver necessidades estivesse o tempo todo nas cercanias de nossos interesses individuais e agora dezembro nos toca com mais profundidade na solicitação de nos defrontarmos com opostos dentro e fora de nós, que nos impelem às decisões inadiáveis.

As respostas que buscarmos não estarão no externo, onde o jogo de espelhos nos confunde a refletir imagens incompletas, que não se conversam. Neste cenário tudo pode nos levar a tomar decisões que não são de nossa natureza, mas que muitas vezes são plantadas em nossas mentes a nos sugerir roteiros que podem nos levar a caminhos que não escolhemos sinceramente. 

As respostas estarão dentro de nós, que deveremos acessar através de um questionamento íntimo com nossa própria consciência e para isto será preciso silenciar, se afastar dos ruídos externos e fazer as indagações corretas, observando aspectos polares, que solicitam um equilíbrio ou definição de sua essência. Nenhuma decisão que se basear em influências externas será confiável, pela sua parcialidade, sendo assim, cada um de nós terá que se voltar para si mesmo e se indagar de qual é a melhor escolha a realizar. 

Muitos sinais estarão diante de nossos olhos, mas serão sutis, simbólicos, a mostrar a verdade que se mantem oculta. Enxergarão estes sinais os mais atentos, mais firmados em seu próprio eixo. A tarefa não é simples, mas necessária. E cada um será conhecido pelas suas escolhas, as narrativas muitas vezes ilusórias e influenciadoras, pouco convencerão.

Enfim, siga sua bússola interna, se quiser manter-se firme no seu leme, a navegar num mar de ruídos inebriantes.

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